Um breve encontro
Hoje aconteceu de novo. Acontece sempre e toda vez fico tentando entender, porque acho meio mágico. Certamente já aconteceu com você, deve acontecer o tempo todo no mundo inteiro.
Subindo a rampa no prédio em que trabalho, vi uma mulher que descia com seu filho. Naquele momento, minha cabeça fervilhava em pensamentos mil, buscando novos caminhos, querendo construir uma realidade melhor para mim e minha família. Mesmo assim, a visão periférica feminina não desliga e os percebi descendo. Vi o menino primeiro, a mãe em seguida.
Aparentemente, ela me viu no mesmo instante e sorrimos espontaneamente uma para a outra. Foi aí que surgiu a magia. Por quê? Por que eu sorri para uma desconhecida na entrada do prédio num momento em que eu estava preocupada? Que ligação instantânea nos uniu por um ou dois segundos, nos conectou e se manifestou pelos nossos sorrisos? Foi um presente dela? Fui eu quem deu o presente? Por que isso fez o meu dia melhor? Será que melhorou o dia dela também?
Mil ideias para a conexão me ocorreram: porque ela é mãe como eu; porque ela tem mais ou menos a minha idade; porque, embora sejamos fisicamente muito diferentes, nós somos bonitas; porque ela também deve estar maquinando como melhorar a vida da família e se sentiu próxima a mim; porque ela é feliz enquanto busca soluções para seus desafios do dia a dia, como eu sou.
